GRÊMIO E ARENA ENTRAM EM QUEDA DE BRAÇO



 Após a entrevista dada ontem pós jogo pelo presidente do Grêmio Alberto Guerra, o caso do seguro para reformas na Arena ganha mais um capítulo. Na coletiva, Guerra deixou claro que ficou descontente com a postura da gestão da Arena e por não ter tratado o assunto de forma sigilosa, pois os executivos da Arena utilizaram a imprensa para divulgar a divergência existente.

O conflito todo é por causa da indenização do seguro do estádio, que gira em torno de R$ 70 milhões.

O primeiro passo do Grêmio foi acionar a justiça sobre o caso, e a decisão foi favorável ao Grêmio, ou seja, os setenta milhões foram depositados em juízo durante o processo e devem serem repassados a uma conta do Grêmio exclusiva ara esse assunto.

Com o veredito dado, a Arena decidiu tornar público o assunto por meio de um texto divulgado para os meios de comunicação (texto que trazemos na íntegra no fim dessa matéria).

A Arena acusou o Grêmio de ter suspendido o repasse desses valores, consequentemente postergando as reformas, mas Guerra alega que o repasse desse valor não foi feito devido a Arena não ter estipulado um prazo de início para as obras, inclusive, dizendo de forma indireta, que a instituição tricolor teme que esse dinheiro tenha outros destinos que não sejam investir na estrutura do estádio.

Abaixo segue o texto redigido ontem pela gestão da Arena sobre o caso. No texto aparece o nome de Mauro Araújo, atual diretor presidente da administradora da Arena.

"Presidente do Grêmio, Alberto Guerra e sua Diretoria pedem suspensão dos pagamentos do seguro da Arena do Grêmio e atrasa o retorno do time a sua casa

Em plena crise no futebol, o presidente do Grêmio entra com ação cujo efeito pode retardar a entrega do estádio ao time. A pergunta que fica é: quem vai liberar esses valores para a Arena continuar com seu trabalho? Será o Grêmio? Qual o conhecimento técnico que o Grêmio possui para fazer essa liberação? As pessoas mais habilitadas para liberar esses valores são os engenheiros peritos da própria seguradora, em conjunto com os engenheiros da Arena, que já vem trabalhando em comum acordo e tomando todas as ações necessárias para entregar a casa dos tricolores o mais breve possível, questiona Mauro Araújo.

O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, juntamente com a diretoria do clube, pediu judicialmente a suspensão dos pagamentos do seguro contratado pela Gestora para a recuperação da Arena do Grêmio. Essa decisão, tomada através de uma tutela cautelar antecedente a um procedimento arbitral, objetiva, conforme argumentação do Grêmio, assegurar que a indenização securitária seja destinada ao reparo dos danos causados pela enchente que atingiu o estádio. No entanto, essa medida, se mantida, pode atrasar em meses o retorno dos jogos do time ao estádio.

Suspender os pagamentos do seguro e depositá-los em juízo coloca em xeque a credibilidade da seguradora Zurich, uma das maiores do mundo, e sua auditoria, bem como a própria Arena Porto-Alegrense, que tem atuado incansavelmente de domingo a domingo para a célere reconstrução do estádio, como tem sido amplamente registrado. De acordo com as leis brasileiras, todo seguro pago deve ser auditado para garantir que os recursos sejam aplicados corretamente para os fins destinados. A Arena Porto-Alegrense, responsável pela administração do estádio, tem seguido rigorosamente esses procedimentos, prestando contas diariamente sobre as ações de reparo realizadas, demonstrando total transparência e compromisso com a recuperação do local.

Os torcedores gremistas têm acompanhado diariamente nas redes sociais e imprensa a evolução dos trabalhos que a Arena vem fazendo para a recuperação da casa da nação tricolor, mesmo antes de receber qualquer pagamento do seguro, utilizando recursos próprios para em nada retardar a retomada de jogos na Arena, desejo da torcida tricolor.

Mauro Araújo, presidente da Arena Porto-Alegrense, comentou sobre a decisão: ‘- Estamos absolutamente focados na recuperação da Arena e isso tem sido demonstrado diariamente pela imprensa. Inclusive, até agora utilizamos nossos recursos próprios para iniciar os reparos e estamos prestando contas diariamente do progresso feito. A opção do Presidente Alberto Guerra por impedir a recuperação da Arena não se coaduna com o interesse da torcida. O que está por trás não conseguimos entender. Deveríamos estar trabalhando juntos nesta hora, como toda a comunidade Gaúcha, que está dando um grande exemplo de solidariedade e união”.


O Grêmio rebateu o texto da Arena porto-alegrense em forma de nota oficial. Nota essa que está também na íntegra descrita abaixo.

"Diante das manifestações da Arena Porto Alegrense, o Grêmio esclarece:

1. Ninguém mais do que o Grêmio, seus associados e torcedores, querem o imediato retorno à Arena;

2. Todas as tentativas feitas pelo Grêmio para obter junto ao Sr. Mauro Araújo, diretor-presidente interino da Arena, informações sobre a extensão dos danos, execução de obras e serviços de reparação e, principalmente, previsão de retorno, foram frustradas;

3. O Grêmio participa de 3 competições simultâneas, manda seus jogos na casa de terceiros, e não consegue planejar seu futuro em Porto Alegre exclusivamente por conta da falta de informações básicas sobre o plano de recuperação;

4. O Grêmio tem justificado receio de que os valores da indenização do seguro da Arena tenham também outras aplicações, conforme já se viu em ocasiões anteriores, quando a direção da Arena destinou recursos para fins diferentes do seu objeto social e daqueles previstos em contrato com o Grêmio;

5. Diante desse cenário grave, pressionado pela necessidade do imediato retorno das atividades do Estádio, o Grêmio propôs medida judicial para garantir o cumprimento, pela diretoria da Arena, das regras contratuais que dão ao clube a prerrogativa de aprovar e fiscalizar a destinação dos recursos advindos da cobertura de seguro;

6. A ordem judicial não atrasará a execução das obras e serviços e tampouco a aquisição de equipamentos pela Arena, visto que é o Grêmio o maior interessado na imediata retomada de suas atividades no estádio, e que o retorno à situação de normalidade deve-se dar no menor tempo tecnicamente possível, conforme reconhecido em contrato e na decisão judicial em referência;

7. Por fim a Diretoria do Grêmio repudia as manifestações públicas do Sr. Mauro Araújo, imputando ao clube responsabilidades que são exclusivas da Arena, e reforça a questão central: onde está o plano de recuperação da Arena? Em qual data o Grêmio vai voltar a mandar os seus jogos no estádio?"

Resumindo a situação para o torcedor, a Arena quer o dinheiro da seguradora de imediato para começar a reforma e o Grêmio quer que a Arena inicie a reforma com prazos de início e fim estipulados antes de fazer o repasse, inclusive Guerra citou na coletiva que o dinheiro não seria problema para a administradora da Arena.

No fim das contas, o maior prejudicado com todo esse embrolho é o Grêmio que segue sem ter local fixo para mandar seus jogos e estamos vendo os reflexos dessa disputa influenciarem nos resultados de campo.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

GRÊMIO ACERTA COM GOLEIRO

FIM DA JANELA: VEJA QUEM ENTROU E QUEM SAIU DO GRÊMIO

GRÊMIO APRESENTA DOIS REFORÇOS